A POBREZA DOS RICOS – Scott Hahnn medita sobre o 6º Domingo do Tempo Comum
As bênçãos e desgraças que ouvimos no evangelho de hoje significam a perfeição de toda a sabedoria do Antigo Testamento.
Essa sabedoria é resumida, com maravilhosa simetria, na Primeira Leitura e no Salmo de hoje: cada qual declara que os justos — aqueles que esperam no Senhor e se deleitam em Sua Lei — prosperarão como árvore plantada perto de águas vivas. Os ímpios, que colocam sua “confiança nos seres humanos”, são condenados a murchar e morrer.
Jesus está dizendo a mesma coisa no Evangelho. Os ricos e pobres são, para Ele, mais do que membros de classes sociais. Seu estado material simboliza seu estado espiritual.
Os ricos são o “insolente” do salmo de hoje, gabando-se de sua auto-suficiência, do vigor de sua carne, como diz Jeremias na primeira leitura. Os pobres são os humildes, que depositam toda a sua esperança e confiança no Senhor.
Já vimos as imagens dramáticas dessa inversão de termos no “Magnificat” de Maria. Lá, também, os ricos são derrubados de seus tronos, enquanto os famintos são saciados e os humildes exaltados (Lucas 1, 45-55 e16, 19-31).
Esse é o mundo surpreendente do Evangelho de hoje: na pobreza, ganhamos um tesouro espiritual inimaginável; sofrendo, e até mesmo morrendo “por causa do Filho do Homem”, encontramos a vida eterna.
As promessas do Antigo Testamento eram promessas de poder e prosperidade — para o aqui e agora. A promessa da Nova Aliança é alegria e verdadeira liberdade, mesmo em meio à miséria e labutas desta vida. Mas não é só isso. Como Paulo diz na epístola de hoje, seremos o mais dignos de compaixão se nossa esperança for “somente para esta vida”.
As bênçãos de Deus significam que exultaremos com a ação de graças dos cativos libertos do exílio (Salmos 126, 1-2), festejaremos na mesa celestial do Senhor (Salmos 107, 3–9), “saltaremos de alegria” como João Batista saltou no ventre de sua mãe (Lucas 6, 23; 1, 41, 44) e ressuscitaremos com Cristo, “primícias dos que adormeceram”.
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