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“FICA CURADO!” – Scott Hahn medita sobre o 6º Domingo do Tempo Comum


No Antigo Testamento, a lepra é descrita como punição pela desobediência aos mandamentos de Deus (ver Números 12: 12-15; 2 Reis 5:27; 15: 5).

Considerados “impuros” — inadequados para participar dos cultos ou conviver com os israelitas —, os leprosos eram considerados “natimortos”, os mortos-vivos (ver Números 12:12). Na verdade, os requisitos impostos aos leprosos na primeira leitura de hoje — roupas rasgadas, cabeça raspada, barba coberta — são sinais de morte, penitência e luto (ver Levítico 10: 6; Ezequiel 24:17).

Portanto, há mais na história narrada no Evangelho de hoje do que uma cura milagrosa.

Quando Eliseu, invocando o nome de Deus, curou o leproso Naamã, provou que havia um profeta em Israel (ver 2 Reis 5: 8). A cura de hoje revela Jesus como muito mais do que um grande profeta – Ele é o próprio Deus visitando o Seu povo (ver Lucas 7:16).

Somente Deus pode curar a lepra e purificar do pecado (ver 2 Reis 5: 7), e somente Deus tem o poder de realizar tudo o que deseja (ver Isaías 55:11; Sabedoria 12:18).

A cena do Evangelho possui um aspecto quase sacramental. Jesus estende a Sua mão — assim como Deus, com o braço estendido, realizava atos poderosos para salvar os israelitas (ver Êxodo 14: 6; Atos 4:30). Seu sinal ritualístico é acompanhado por uma palavra divina (“Fica curado!”). E, como a palavra de Deus na criação (“Faça-se”), a palavra de Jesus “produz” o que Ele ordena (ver Salmo 33: 9).

O mesmo acontece quando nos apresentamos ao sacerdote, no sacramento da penitência. De joelhos como o leproso, confessamos nossos pecados ao Senhor, tal como cantamos o Salmo de hoje. E por meio do braço estendido e da palavra divina pronunciada por Seu sacerdote, o Senhor tira a culpa de nossos pecados.

Como o leproso, devemos nos alegrar no Senhor e divulgar as boas novas de Sua misericórdia. Devemos testemunhar nossa cura vivendo uma vida transformada. Como Paulo diz na epístola de hoje, até as menores coisas devem ser feitas para a glória de Deus e para que os outros sejam salvos.

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