A DITADURA DO RELATIVISMO ABRE CAMINHO A OUTRAS DITADURAS
Esta expressão — ditadura do relativismo — foi cunhada pelo Papa Bento XVI um pouco antes de sua eleição, quando ainda era Cardeal Ratzinger, decano do colégio cardinalício. Celebrava a tradicional Missa «Pro eligendo romano Pontifice», na abertura do conclave que o escolheria como sucessor de São João Paulo II. Era uma segunda-feira, dia 18 de abril de 2005. Dizia o cardeal na homilia:
“Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento…
A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muitas vezes agitada por estas ondas, lançada de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem e ao coletivismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo, e por aí adiante.
Cada dia, surgem novas seitas e realiza-se quanto diz São Paulo acerca do engano dos homens, da astúcia que tende a levar ao erro (cf. Ef 4, 14).
Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, muitas vezes é classificado como fundamentalismo, enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar “aqui e além por qualquer vento de doutrina”, aparece como a única atitude à altura dos tempos hodiernos.
Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo, que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades.” [http://www.vatican.va/gpII/documents/homily-pro-eligendo-pontifice_20050418_po.html]
Estava lançado um dos motes do seu pontificado: o combate à “ditadura do relativismo”, que jamais se cansaria de denunciar: o eu como medida do ser e das coisas. E que ninguém exprimiu com mais demoníaca arte do que o antiprofeta Nietzsche, ao dizer: “Por maior que seja a minha avidez de conhecimento, não posso extrair das coisas mais do que o que já me pertence (o que é dos outros, continua nelas)”.
A “ditadura do relativismo” é excelente arma para tirar do páreo o cristianismo. Feito isto, ela será substituída por outras ditaduras, a gosto do freguês: a ditadura comunista-mercadológica chinesa, a ditadura globalista da ONU (financiada por gente como Bill Gates e George Soros), a ditadura muçulmana (que, segundo o turco Erdogan, conquistará a Europa pela migração).
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